“Governo dividiu professores”, diz presidente do Sintese

Depois que Marcelo Déda (ouça gravação) disse que o sindicato dos professores faltou com a verdade, foi a vez de Ângela Melo, presidente do Sintese, comentar o caso na manhã de quinta, dia 7, no programa Liberdade Sem Censura.

Após ouvir a gravação em que o governador repudia campanha de propagandas do Sintese atacando deputados que votaram a favor da proposta do governo, ela reforçou que o sindicato não faltou com a verdade e que a principal queixa ao projeto aprovado é a divisão da categoria.

Ângela: "falamos a verdade"
(Foto: Portal Infonet)

“Não falamos nenhuma mentira. Sempre concordamos que os cerca de 2 mil professores de nível médio receberam o reajuste do piso de forma integral, inclusive o retroativo, nunca negamos isso. Mas os professores com pós-graduação, mestrado e doutorado não recebem o mesmo reajuste. Para esses, o índice é de 5,7% para os meses de junho, julho e agosto e a partir de setembro é que o reajuste será de 15,86%”, disse Ângela, destacando que o problema pode ser tornar uma bola de neve.

“Somente em janeiro o governo vai pagar o retroativo desses professores. Só que aí já vai ser a hora de outro reajuste. Por isso nos mobilizamos, esperávamos que o governo retirasse a proposta da assembléia para que pudéssemos rediscutir o reajuste de 2011”, esclareceu ela ao radialista George Magalhães.

Campanha aponta deputados que
votaram pela proposta do governo

Ângela rebateu também uma passagem do depoimento de Déda onde ele diz que a motivação dos dirigentes do Sintese seria pensando em lançar lideranças para as eleições do próximo ano. “Não sou eu que está em partido político. Estou numa democracia, onde as pessoas se manifestam sem agressões e sem partir para o pessoal. Mas é um debate político e o fato é que os deputados da ALESE aprovaram reajuste integral para os deputados, sem parcelamentos”, reclama Ângela.

Versão oficial

Em resposta às declarações de Ângelo Melo, o assessor de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Givaldo Ricardo, reforçou o discurso feito inclusive pelo próprio secretário Belivaldo Chagas em outras participações no Liberdade Sem Censura. Ele destacou a política de valorização do magistério aplicada na gestão de Belivaldo e que vem desde o primeiro ano do governo Déda.

“Sergipe tem a 5º melhor remuneração do país e a melhor remuneração do nordeste para os professores, segundo matéria do portal de notícias G1”, disse ele. Givaldo ainda destacou que graças à aprovação da proposta do governo é que os professores já estão recebendo os salários de acordo com os novos índices. “Os professores de nível médio já receberam reajuste no mês de junho e no fim de semana receberam retroativo de janeiro a junho”, revela.

Quanto a Sergipe estar bem ranqueado no cenário nacional, Ângela Melo explicou que isso se deve à carga horária diferenciada. “A maioria dos estados do Brasil trabalha com carga horária de 20 horas. Sergipe trabalha com carga de 40 horas”, diz ela.

Interior

Ângela Melo ainda destacou que o Sindicato teria uma reunião no meio da tarde com a prefeita de Japaratuba, Lara Moura, para definir a questão do piso do magistério naquele município. Os professores, que estavam em greve, votaram em assembléia pelo retorno às atividades. Pelo twitter, há declarações de pouca fé em um acordo justo para os professores.

“Para ser franco, não tenho expectativa de chegarmos a um acordo com a prefeita Lara Moura. Ela me parece irredutível. O que queremos é que Lara retire o Projeto de Lei 14/11 da Câmara para que possa ser rediscutido”, postou um ouvinte-tuiteiro ao @Libersemcensura.